O que é o inconsciente? Entenda a metáfora do iceberg de Freud e como a Psicanálise acessa a mente
- Priscila Vicente
- 8 de out.
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de out.
A Metáfora do Iceberg: um olhar para o inconsciente
Afinal, o que é o inconsciente? É possível que você já tenha ouvido falar da metáfora do iceberg, proposta pelo médico austríaco Sigmund Freud, que nos ajuda a entender melhor o inconsciente, que ilustraremos na imagem a seguir:

Imagine a mente como um grande iceberg. A parte consciente da mente, ou seja, o que sabemos sobre nós de forma consciente, representa uma pequena parcela: algo em torno de 5%. Já a maior parte do nosso psiquismo, em torno de 95%, é composta por pré-consciente (memórias facilmente acessíveis quando há um esforço para recordar) e inconsciente (conteúdos reprimidos), aquilo que está guardado, submerso, mas que interfere de forma significativa em nossa vida presente.
Como o inconsciente influencia nossas ações diárias?
Isso que está guardado, chamado inconsciente, continua ali, interferindo em nossas ações cotidianas: muitas vezes, agimos de determinado modo, sem nos darmos conta do porquê fazemos o que fazemos, e a resposta está lá, no inconsciente.
Ferramentas da Psicanálise para acesso ao inconsciente:
Nas sessões de Psicanálise, buscaremos acessar esta parte inconsciente da mente. Para tanto, utilizaremos importantes ferramentas, tais como:
Livre associação de ideias
Interpretação dos sonhos
Transferência
Atos falhos
Atos falhos: quando o inconsciente se manifesta
Vamos a um exemplo de acesso aos conteúdos inconscientes da mente a partir dos atos falhos, que nas palavras do psicanalista francês Jacques Lacan, são discursos bem-sucedidos.
Imagine que durante uma sessão de Psicanálise, ao invés de dizer "irmã", dizemos "mãe". Muito provavelmente há algo sobre esta mãe a ser dito e que precisa ser trabalhado nas sessões: aqui, temos um exemplo do inconsciente se manifestando, através de um ato falho.
Ou quando, na sessão, dizemos: "Não tenho problemas com a minha mãe" - vale lembrar que o inconsciente não reconhece a palavra "não", logo, há sim problemas com a mãe a serem vistos, e as sessões de análise surgem como um espaço seguro para que o paciente possa deixar vir à tona estas questões e tenha a oportunidade de trabalhar e, mais adiante, elaborar questões com a figura materna.
O papel do inconsciente no autoconhecimento
O inconsciente, então, nada mais é do que o tropeço, o "erro", o deslize, aquilo que nos desconcerta e nos coloca frente às nossas próprias subjetividades.
Por estes caminhos é que trabalhamos o acesso aos conteúdos inconscientes da mente em uma sessão de análise, para que possamos adquirir autoconhecimento e construir ferramentas para lidarmos com as situações que se apresentam em nossas vidas.
Tornar consciente os conteúdos inconscientes é o maior objetivo da Psicanálise. Afinal, só temos possibilidade de promover mudança com relação ao que reconhecemos como parte de nós.
Priscila Vicente Psicanalista
Palavras-chave: inconsciente, psicanálise, Sigmund Freud, atos falhos, autoconhecimento, análise, metáfora do iceberg, consciente e inconsciente
